Escrever pra dedéu...nunca que chega

Quisera aqui fosse poesia

Mas disseram, nesses versos, só há rima vazia

Nem pobre, nem rica, agora o que ninguém sabia

Era só um causo lá do interior da Bahia

Poeta usa sim lápis, caneta e papel

Mas isso não garantiu trofel

Poesia é coisa de gente vadia

Vai trabalhar vagabundo! Deixe de demagogia

Essa tal poesia vem da sarjeta

Depois no Brasil não dá gorjeta

Quem escreve versos não pode parar

Se quiser ganhar tem que o tempo todo viajar

Só não sabe aonde vai chegar

E foi nessa de sem rumo andar

Quando estava indo longe, longe quase perto do céu

Eis que me veio mais que de repente

Um pensamento diferente tipo coisa reticente

Era a filosofia que ninguém escrevia

A sabedoria popular parecia coisa inocente

Mas veja só você, que a terra é um circulo,

agora todo mundo sabe disso

Pra contrariar, duvidei e caminhei em linha reta

Mas era uma reta tão incerta e um caminho tão reto

parecia até que ia ao fim do mundo

Então nunca que chegava, depois de muito caminhar

Tive a certeza de que era mesmo um lugar

embora Longe, longe, longe pra dedéu

Foi nessa hora que cheguei à conclusão:

A terra é redonda, é redonda sim.

Pois só assim, saí, cheguei e retornei

Caminhando sempre em frente e sem recuar.

Mas devido ao movimento circular.

Teimosamente estou aqui e acolá, sempre no mesmo lugar

Onde estive sem sair, mas sempre a chegar

Pois quem estou, esta sempre a me esperar

Porque se vou lá, não hei de demorar

O amor é um sentimento cachorro,

igual dono que faz a gente voltar.

Tipo na almofada pra repousar.

Ernandes de Oliveira