Direito de imagem

Sinceramente depois de tudo que fiz por ela, agora essa traição. Ela quer ser independente. Mas tudo bem eu sou democrático. Deixe a rapadura com seu discurso demagógico. Veja com seus próprios ouvidos a toda prosa o que ela disse imperiosa:

(A Rapadura fora de si,  agora discursando, quer ficar só.) - Levando em consideração minha identidade e  minha idade, antes que pensem que sou velha, informo-lhes que os heróis não envelhecem. Então, com direitos os a mim conferidos. Eu venho aqui proibir, reclamar, exigir, inovar e revogar a minha imagem. Não mais quero figurar poesias ou desenhos mal feitos. Cansei de ser alvo de chacotas. E pra isso reuni não provas, mas pessoas coisadas assim como eu. São elas, amigas de virar a mesa, pois alimentam a venda e a barriga cheia do artista. Veja o queijo quando soube quase caiu o queixo; o bolo protestou inteiro num só coro; a torta que não era doce, salgada quase arrombou a porta; o pudim já queria fazer um motim; o manjá pensava que era dos deuses, queria com tudo acabar; o bombom é que não achou bom. Chocolate não conta, pois era do contra, ele asseverou: - "Essa história não tem quilate." Então todos já apostos na mesa. Eis que disse a rapadura: - Ainda tem aquelas brincadeiras ditas pelo povo tipo ditado popular. Essas não, são infâmias mesmo, mas nem vou repeti-las agora. Em todo caso uma delas a mais famosa é quase um provérbio. Só sei que algo mais ou menos assim: “A nãn nãn é doce, mas não é mole não”. Você sabe do que estou falando? Então não diga o meu nome, interrompa a leitura agora e veja se não tenho razão em querer autonomia. Para saber do que eu, A Musa Mor, estou falando, leia no endereço abaixo o texto: "Abusam as Musas":
http://margenlivre.blogspot.com.br/2014/05/abusam-as-musas.html 

Ernandes de Oliveira